Metodologia do Atlas da Notícia
O Atlas da Notícia constitui um levantamento nacional sobre os veículos de comunicação do Brasil, conduzido pelo Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor) em parceria com a agência Volt Data Lab, realizado desde 2017.
Estrutura metodológica
A coleta de dados é baseada em pesquisa desenvolvida pela própria equipe do Atlas da Notícia mediante contribuições públicas abertas, recrutamento de voluntários (especialmente de universidades) e colaboradores, além de uma equipe de seis pesquisadores próprios (um para cada região e um coordenador).
Este levantamento é realizado através de um formulário estruturado, disponível publicamente, no qual os colaboradores preenchem campos pré-estabelecidos pela coordenação da pesquisa.
Lista de perguntas do formulário
• Nome do Veículo (*)
• Segmento PRINCIPAL do veículo de imprensa (*)
• O veículo fechou? (*)
• Este veículo é um meio de jornalismo? (*)
• Este veículo é exclusivamente um blog, site pessoal ou página pessoal em rede social? (*)
• Email geral do Veículo
• Cidade-sede do veículo (*)
• Endereço
• Quais as características desse veículo, onde se destaca?
• Modelo de negócios do veículo
• Qual o tamanho do quadro de funcionários/colaboradores, incluindo jornalistas e profissionais de outras áreas?
• Periodicidade: qual a frequência de publicação ou transmissão desse veículo?
• Propriedade do veículo
• Observação/Notas
• Link para o Site do Veículo
• Link para o Twitter do Veículo
• Link para o Facebook do Veículo
• Link para o RSS do Veículo
• Link para o Instagram do Veículo
• Link para o YouTube do Veículo
• Link para o Outro endereço online do Veículo
• Link para o LinkedIn do Veículo
• Link para o Whatsapp/Telefone do Veículo
• Link para o Telegram do Veículo
• Link para o Discord do Veículo
Além da coleta estruturada, o levantamento inicial, em 2017 e 2018, partiu-se pela obtenção de dados oficiais junto à Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom/PR), via Lei de Acesso à Informação (LAI) para veículos impressos e online, e junto ao Ministério das Comunicações (atual Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) para rádios e TVs com concessão pública de radiofrequência.
Contudo, observa-se crescimento paulatino da participação do levantamento próprio do Atlas, tanto em proporção relativa quanto na expansão qualitativa das informações obtidas.
Nos levantamentos iniciais (2017 e 2018), as informações eram incorporadas manualmente pelos pesquisadores, limitando-se aos dados básicos de identificação e localização. Em 2018, com a estruturação da rede de colaboradores regionais, expandiu-se substantivamente o escopo informacional, e a partir de 2022 a pesquisa do Atlas passou a ser responsável pela maior parte das informações levantadas.
Composição da base do Atlas da Notícia, por fonte de dados (2025)
Fonte de Informação | Quantidade | Percentual (%) |
---|---|---|
Atlas da Notícia | 9.416 | 53,9 |
MCTIC | 5.769 | 33,1 |
Secom/PR | 2.030 | 11,6 |
Adjori-RS | 87 | 0,5 |
Adjori-SC | 83 | 0,5 |
Central de Diários | 43 | 0,2 |
Adjori-PR | 15 | 0,1 |
Adjori-SP | 12 | 0,1 |
Critérios de inclusão
O Atlas mapeia todos os veículos de comunicação identificados, porém considera para análise exclusivamente aqueles que possuem características de veículos jornalístico. Essa análise é realizada pela equipe de pesquisadores.
Todas as emissoras de rádio e televisão são consideradas veículos jornalísticos por precisarem atender à demanda mínima de 5% de seu tempo como conteúdo noticioso, de acordo com o item h do artigo 38 do Código Brasileiro de Telecomunicações.
A base de dados inclui notação específica indicando a classificação jornalística de cada veículo. Veículos considerados não-jornalísticos incluem:
- veículos estatais;
- periódicos promocionais e puramente publicitários;
- periódicos de sindicatos e associações corporativas;
- listas telefônicas e catálogos de produtos;
- veículos considerados desinformativos ou puramente publicitários
Esses veículos são automaticamente excluídos do escopo analítico por não atenderem aos quesitos da metodologia.
O levantamento do Atlas da Notícia não discimina por qualidade do conteúdo, propriedade nem a orientação política dos veículos.
Inclusão por segmentos
A inclusão de veículos na base é realizada por segmentos, e não por grupos econômicos. Os segmentos são divididos em:
- Online (incluindo sites, podcasts, canais em plataformas de vídeo, blogs e qualquer outro tipo de veículo online);
- Impresso (jornais, revistas e outros periódicos impressos);
- Emissoras de TV via radiodifusão;
- Rádios via radiodifusão (incluindo rádios comunitárias).
Se um grupo econômico possuí mídias em mais de um segmento, ele é contabilizado como mídias separadas, com identificadores diferentes.
Isso se deve porque é necessário compatibilizar as constantes mudanças que acontecem no cenário de mídia. Por exemplo, um veículo impresso que tem um site pode encerrar suas operações impressas e continuar com o site, e isso não significa que ele fechou por completo, apenas parou de atuar em um segmento.
Classificação dos municípios
Para fins desta análise, os municípios brasileiros são classificados em quatro categorias baseadas na quantidade de veículos jornalísticos:
- Desertos de Notícia: Municípios sem nenhum veículo jornalístico
- Quase Desertos: Municípios com apenas 1 ou 2 veículos jornalísticos
- Não Desertos: Municípios com 3 ou mais veículos jornalísticos
- Com Veículos: Municípios com pelo menos 1 veículo jornalístico
Outras as fontes do Atlas da Notícia
- Atlas Brasil/PNUD/IDHM - dados sobre IDHM
- IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - dados sobre população
- IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - dados da malha geográfica do Brasil
- Base dos Dados - dados gerais para cruzamento
- Código Brasileiro de Telecomunicações